Era uma vez no Catimbau
Sobre
O Vale do Catimbau, parque nacional localizado entre o agreste e o sertão de Pernambuco que preserva áreas da Caatinga, e a produção de esculturas em madeira dos artistas locais é o que inspira esse ensaio. Como interpretar o que vivemos, sentimos e vemos em um determinado lugar, imersos em uma determinada paisagem? O que é real o que é ficção na nossa experiência? É possível discernir?
Esse ensaio é uma livre interpretação das impressões que o Vale do Catimbau tem me causado ao longo das idas e vindas para fotografá-lo e para entrevistar os artistas locais.
Na fala dos artistas uma coisa me salta aos ouvidos: um desejo por imagens. O qual vem desde as pinturas rupestres presentes em inúmeras cavernas do vale, aos formatos das rochas e das nuvens quando olhamos com atenção, descobrindo imagens escondidas, e às esculturas em madeiras mortas que magicamente ganham vida na mão dos artistas locais.
Entre a memória do que foi e vontade do vir a ser, a criação. Criar imagens é como evocar o tempo. Fotografar o Vale do Catimbau é mergulhar na criação de um tempo mítico, em que apesar de tudo, de todo o esgotamento e saturação imagética, tudo ainda parece possível.
About
The Catimbau Valley, a national park located between the Agreste and the Sertao of Pernambuco, that preserves areas of the Caatinga, and the production of wood sculptures of local artists is what inspires this essay. How to interpret what we live, feel and see in a certain place, immersed in a given landscape? What is real and fiction in our experience? Is it possible to discern?
This essay is a free interpretation of the impressions that the Catimbau Valley has caused me throughout the comings and goings to photograph it and to interview the local artists.
In the speech of the artists one thing jumps to my ears: a desire for images. Which comes from the cave paintings in innumerable caves in the valley, the shapes of rocks and clouds as we look closely, discovering hidden images, and the carvings of dead wood that magically come to life in the hand of local artists.
Between the memory of what was and the will of becoming, the creation. Creating images is like evoking time. Photographing the Catimbau Valley is immersing itself in the creation of a mythical time, in which, despite all the exhaustion and imaginative saturation, everything still seems possible.