Baby-Doll and the Museum or White Ethnograph-Art Cistem
Este ensaio faz parte de um projeto em andamento que se chama Baby-Doll, no qual estudo a produção de seres monstruosas nos séculos XVI e XVII na transição das ficções medievais para as ficções científicas ocidentais. A produção de corpas monstruosas in-forma a produção de corpas racializadas, como a minha, e também das corpas dissidentes de gênero, pelos cis-homens-brancos da ciência no século XIX. Neste ensaio, trago as monstrinhas para conhecerem o Cis-tema da Arte Branca e também conhecerem os museus de "História Natural", uma ficção produzida para colocar todas as corpas que os cis-homens-brancos da ciência não conseguiam compreender. São todas de-formações da Natureza.
Em algumas imagens apenas solto as monstrinhas nas fotografias que fiz neste século XXI, noutras assumo o interior das monstrinhas, sou seus olhos e em alguns momentos me assumo no corpo das mostrinhas. Meu rosto, é preciso mencionar, também é monstruoso. A ele está aplicado filtros do Instagram que busquei pela #makebeatiful. Todos os filtros, sem exceção, me deixaram mais branca. Para o Instagram o Branco é o Belo, para mim o Branco é o Monstruoso. É o que assombra a existência das corpas racializadas, com ameaças de morte, desde a invenção da raça.